domingo, 17 de agosto de 2014

In Love With My Angel.



Era uma segunda-feira. O céu estava banhado pelo azul e nuvens brancas, os raios do sol entravam em contato com minha pele branca me livrando em um breve momento pela brisa fria que se misturava com o vento. Era surpreendente o dia estar tão bonito logo em uma segunda-feira. Quero dizer, segundas-feiras não costumam ser tão agradáveis. Era ainda mais surpreendente eu estar reparando em todas essas coisas, por que afinal, eu nunca parava para observar algo ao meu redor. Eu apenas me importava comigo mesma e com minha mãe. Não que eu seja uma completa metida e estúpida por ser e pensar assim, mas sim por que se eu me importar demais com as outras pessoas, eu vou acabando me machucando, porque é isso que as pessoas fazem na maioria das vezes, machuca umas as outras e depois age normal como se não fizesse nada demais.
O mundo é doloroso, cheio de pessoas hipócritas que só pensam em destruir. Mamãe me disse uma vez que nem todos são assim, mas acredito que é difícil achar uma pessoa diferente que nos faz sentir-se especial e única.
Então levando em conta toda essa dura realidade, eu prefiro ser como sou. Eu já estava machucada a muito tempo mas queria evitar que continuasse essa dor. Tinha que me juntar a essas pessoas nojentas, por mais que eu não queira. Tinha que fingir que não sinto, tinha que fingir ser forte o suficiente quando algo me atingir, porém eu sabia muito bem que no fundo, bem lá no fundo eu me importava, eu sentia.

E por falar em dor, lá estava eu em frente ao lugar mais doloroso do mundo. O colégioonde os populares me humilhavam por ser a nerd da turma, por ser tímida e feia ao extremo, usando vestes que aos olhos deles eram ridículas. É assim que sou, não poderia mudar.
Com meus pensamentos dominando minha mente, nem havia reparado que já havia chegado. Desejava não estar aqui e preferia deixar meus pensamentos me dominar. Era uma opção mais favorável do que entrar naquele lugar e acontecer sempre as mesmas coisas. Mas eu tinha que entrar, eu tinha que continuar, por mais que seja difícil, porque assim eu poderei me formar e sair logo de Toronto. Poder seguir minha vida, sem olhar para atrás. Penso em um futuro melhor, sem dor, sem tristezas. Penso em criar uma familia e ser feliz com meu marido e com meus filhos. Mas eu só penso mesmo, por que eu não sei se tudo isso mesmo vai acontecer. Eu espero que sim, eu já sofria demais, não queria sofrer pelo resto da vida. Acho que também mereço ser feliz, pra recompensar toda essa dor que ando sentindo.

Suspirei profundamente antes de me direcionar a entrada do colégio. E assim fiz, mas não adiantou muita coisa. Enquanto andava apresadamente pelo grande corredor que parecia não ter mais fim, sentia olhares sobre mim. Risadas ecoavam em meu ouvido.
Eu não entendia o por que faziam isso comigo. Eu nunca fiz nada a eles pra me odiarem tanto. Era tão injusto, eu não queria isso pra mim.

Vamos lá Shai, é só mais um dia. 

Finalmente cheguei ao meu armário, olhei para o mesmo e estremeci quando reparei que estava escrito "idiota" perto da pequena fechadura. Espremi meus lábios e passei minha mão naquele lugar tentando apagar aquela coisa. Tirei minha mão de lá e já havia saído. Destravei e abri meu armário, encontrando lá os livros e cadernos da escola. Mais no fundo estava meus preciosos livros. Eu os já tinha a muito tempo mas eu os amava. Era meu refúgio quando me sentia sozinha. Quando ia pega-los, vi uma mão fechar rapidamente meu armário, assustando-me. Logo depois ouvi risadas. Fechei meus olhos me segurando para não sair correndo dali e ir para bem longe de tudo e todos.

-Oi nerdizinha. -ouvi sua voz perto de meus ouvidos, me fazendo recuar um pouco para atrás.

Com dificuldade, olhei para seu rumo e lá estava ele. Ele era tão idiota que chegava a ser nojento. Seu jeito grosseiro de sempre me atazanar e me humilhar na frente das pessoas era frequente. Cada dia ele fazia alguma coisa diferente comigo e pode ter certeza que não era coisa boa.

Ansel era o garoto mais popular do colégio. Todas se derretiam quando ele passava e só faltavam lamber o chão que pisava. Ele já havia pegado quase todas desse colégio e eu agradecia aos céus por não fazer parte desse "todas". Só de pensar meu estômago revirava.

-Fez minha tarefa? -perguntou, chegando mais perto.

Apenas balancei a cabeça positivamente. Ou eu faria os deveres da escola pra ele ou seria pior pra mim. Então infelizmente tinha que fazer o que queria.
Abri meu armário novamente, pegando meu caderno e de dentro retirei as folhas do dever. Ele puxou as folhas de minhas mãos com força com um sorriso maldoso em seus lábios.

-Se essa merda tiver errada e eu tirar um f por isso, eu quebro essa sua carinha. Tá me entendendo? -disse, passando seus dedos pelo meu rosto. Sentia nojo de mim mesma quando ele me tocava daquele jeito.

Não disse nada e abaixei minha cabeça, encarando meus sapatos.

-Responde porra! -disse um pouco mais alto. Atraindo olhares para nós.
-S-sim. -minha voz saiu fraca, como o esperado.
-Muito bem.

Ele passou por mim, esbarrando em meu ombro bruscamente, fazendo meu caderno cair no chão. Suspirei novamente e me agachei para pegar o caderno. Eu o odiava tanto que se olhar matasse, ele com certeza já estaria mortinho. Queria ter esse poder e me livraria dele de uma vez por todas da minha vida.
Fui até meu armário novamente, pegando os devidos cadernos e alguns dos meus livros preferidos. Iria ler quando chegar o intervalo.

Levo um susto quando fecho meu armário e ao lado estava um garoto. Não havia visto ele antes.
E foi como se o mundo congelasse e tudo em volta não existisse, deixando apenas nós ali.
Seus olhos banhados a um mel derretido, me encaravam misteriosamente, alguns fios de seus cabelos loiros caía levemente em sua testa e outros estavam para cima, sua boca tão perfeita, completamente beijáveis.
A figura a minha frente era a mais linda que já havia visto em toda minha vida. Ele era como um sonho. Suas mãos estavam escondidas nos bolsos de sua calça jeans e seu corpo estrutural encostava nos armários, numa postura totalmente sexy. Não conseguia tirar meus olhos dele, por mais que tentasse.
Fechei meus olhos em míseros segundos e quando abri novamente, o garoto não estava mais a minha frente. Faltava ar em meus pulmões, puxava o ar com toda minha força. Olhava para os lados e nem havia sinal do garoto. Ele tinha sumido e eu estava assustada.
Tive que me encostar na parede para que não caísse. Levei minhas mãos até minha testa e ela estava quente, parecia que ia explodir a qualquer momento. Alguns alunos passavam por mim e me olhavam como se eu tivesse algum tipo de problema.
Acho que estou enlouquecendo e começando a ver coisas. Eu jurava pra mim mesma que tinha visto aquele garoto lá, não é possível que seja coisa só da minha cabeça. Ele parecia tão real pra mim mas acho que estou errada, ele era perfeito demais pra ser real.

Perfeito demais.

Respirei fundo e apressava meus passos para entrar logo na sala. Tinha uma pequena impressão que não iria prestar muita atenção na aula hoje já que aqueles olhos mel vão dominar minha mente.

2 comentários:

  1. Connnnnnnntiiiiiiiiiiinuuuuuuuuuuuuuuuuuaaaaaaaaaaaaaaaa que perfeito cara vc tem que continuar não abandona please haaaaaaaa continua puts

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  2. Por que parou?? Tem em outro blog??

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